Em 2020, em plena pandemia, recebi a ligação de Rodrigo Lacerda Faria, um grande amigo residente em Belo Horizonte com quem estudei longos anos na Escola Estadual Alberto Giovanini em Coronel Fabriciano. Já era noite, Rodrigo havia batido o motor do carro numa viagem e estava às margens da BR-381 próximo ao Vale do Aço, precisando de socorro e hospedagem. A ligação pedia o envio de uma transfarência bancária, um dinheiro emprestado rapidinho, com pagamento garantido para o dia seguinte.
Só fui saber que se tratava de um golpe do celular clonado quando comecei bater papo com Rodrigo, desejando saber as novidades, se ele tinha notícias do Max Polastri, do Alexandre Magno, do Paulo Sérgio, se já tinha visto a loja da Marta Gualdereto, enfim. O cara do outro lado da linha não teve paciência e…tu, tu, tu. O golpista ainda disse que eu falo demais antes de “desligar na minha cara”.
Ontem, 06/07, dia de rodada do brasileirão da Série B foi a vez do amigo Teco Teixeira experimentar a fórmula eficaz de escapar do golpe do celular clonado. A ligação era de um larápio se passando por um radialista locutor da Rádio itatiaia e como sempre, pedindo dinheiro emprestado. Teco (Gerente de Cultura da Prefeitura de Fabriciano), ao ver de quem se tratava foi logo se inteirando das novidades. “E aí como cê tá cara? Já voltaram fazer shows velho? Tá flexibilizando agora hein?
O bandidão foi se irritando com o Teco mas até teve tempo de pedir o tal dinheiro emprestado. Teco não parava de falar e mandou outra:
- “Você tá vendo o Cruzeiro aí velho? pô…esse técnico nosso mexe mal demais no time viu. Acho que hoje num ganhamo desse Coritiba não hein?”
- Tu tu tu…desligou.
A boa nova, descobrimos “o golpe do golpe”. Se algum conhecido pedir dinheiro emprestado, comece bater papo, fale muito e de tudo. Golpistas não tem tempo e também não gostam do nosso Cruzeirão.
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